sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Marketing infantil: livro aborda regulamentação referente a alimentos

O debate sobre a regulamentação de publicidade para público infantil, em especial a de alimentos, está na agenda nacional há alguns anos. Com a proposta de aprofundá-lo, a Andi – Comunicação e Direitos e o Instituto Alana lançaram o livro “Publicidade de Alimentos e Crianças – Regulação no Brasil e no Mundo” com a coordenação de Isabella Henriques e Veet Vivarta. O texto foi produzido em parceria com o programa da Universidade de Harvard que pesquisa temas de relevância social conjugados a aspectos jurídicos, de políticas públicas e de desenvolvimento internacional.

As experiências de Canadá, Austrália, Estados Unidos, Suécia, França, Alemanha, Reino Unido e da União Europeia em relação à maneira como lidam com ações voltadas para crianças compõem a obra, além de um capítulo específico sobre a situação brasileira. “Entendemos que todos os países, inclusive o Brasil, estão vivendo uma epidemia de obesidade infantil e hoje é quase um consenso que a publicidade é um dos fatores que contribuem para isso. Várias pesquisas mostram que, se ela fosse diminuída ou completamente banida, haveria uma redução direta dos índices de sobrepeso no mundo”, comenta Isabella Henriques, advogada, Diretora do Instituto Alana nas áreas de Defesa e Futuro e Coordenadora-geral do Projeto Criança e Consumo, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Diante desse cenário, os países estão empenhados em, ao menos, minimizar a questão, já considerada como problema de saúde pública por ser a entrada para doenças crônicas não transmissíveis. “O Estado brasileiro apresenta uma intenção de tentar fazer algo em relação a isso. Se olharmos o que temos de diretrizes, de propostas de regulação e de projetos de lei, tudo é muito rico. Mas, na prática, não temos uma legislação específica sobre o tema nem um órgão fiscalizador da atividade publicitária no país”, diz a Coordenadora-geral do Projeto Criança e Consumo.



A sociedade também desempenha um papel importante na mudança dos hábitos alimentares das crianças. “É imprescindível que haja um pacto da sociedade em relação a esse tema, que ela o conheça e manifeste sua vontade. Claro que isso vem acompanhado de uma legislação mais forte e de um entendimento do empresariado de se deixar valer de uma estratégia de Marketing pensada para capturar o desejo das crianças. Tudo está dentro de uma proposta que consideramos com o melhor caminho para o país”, resume Isabella Henriques.

O último capítulo do livro é um artigo de Corinna Hawkes, especialista e professora que participou do processo de desenvolvimento de políticas públicas de alimentação nos Estados Unidos, além de ter presidido o Grupo de Especialistas em Marketing de Alimentos para Crianças da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 2010, a OMS publicou o documento “Conjunto de Recomendações sobre Marketing de Alimentos e Bebidas Não Alcoólicas para Crianças” com o objetivo de guiar o trabalho de desenvolvimento de novas políticas e no fortalecimento das políticas existentes sobre a comunicação publicitária de alimentos para crianças.


Editado e publicado pela editora Saraiva, “Publicidade de Alimentos e Crianças – Regulação no Brasil e no Mundo” tem 158 páginas e preço sugerido de R$ 40,00.

                                                                                                          Fonte: Mundo do Markenting

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